2006-12-28

Sem título (por pudor)

Broche era, no meu tempo, um adorno que as senhoras usavam ao peito. Segundo o Dicionário Prático Ilustrado ( que não tem, aliás, nenhuma ilustração da coisa), trata-se de um fecho de metal ou jóia munida de um grosso alfinete. Ou, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, 8ª Edição, da Porto Editora, 1986,de um adereço em forma de fecho com que as mulheres prendem qualquer peça de vestuário junto ao pescoço.

Entretanto, as modas passaram e as mulheres deixaram-se dos broches.

Ao mesmo tempo o sentido da palavra metamorfoseou-se e hoje não pode ser pronunciada, salvo num grupo de machos, em contexto de anedota porca e em ambiente ligeiramente alcoolizado.

Vem isto a propósito de que, tendo eu passado o Natal num local que além de outras maravilhas tem essa de que quem quer o jornal tem de o ir buscar a mais de oito quilómetros de distância, regressado à cidade e ao hábito de começar o dia comprando o PÚBLICO (o hábito, quando desprovido de razão, chama-se vício) deparo com a preciosa notícia – ilustrada com fotografia do personagem – de que Mónica Lewinsky acabou de se pós-graduar em Psicologia em Londres. A notícia esclarecia que a senhora ficou famosa por ter mantido um caso com o ex-presidente americano Bill Clinton.

Obrigado José Manuel Fernandes!

Que seria de mim na ignorância de tal facto?

São estas e outras que fazem do PÚBLICO um grande jornal. São estas e outras que me fazem pensar porque é continuo a gastar dinheiro convosco.

Ah!, deixe-me acrescentar: V.Ex.a está a esmerar-se. Hoje a última página do PÚBLICO é dedicada, por inteiro, ao sexo à americana.

Muito obrigado.

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