2004-08-26

PÚBLICO

Ex.mo Sr. Director do jornal PÚBLICO
Sou leitor do "PÚBLICO" desde o primeiro número. Não posso, por isso, deixar de me inquietar com as derivas editoriais a que ultimamente tenho vindo a assistir e põem em causa a credibilidade que o jornal me merece e quero que continue a merecer.
Hoje decidiu V.Ex.a puxar para título a afirmação de que "Juiz da Relação que decide destino de Pedroso tem ligações ao PS".
Tem o PÚBLICO consciência do que está a fazer?
Os juízes vão, agora, ficar todos sob suspeita e vamos escrutinar, para cada caso, não só as suas eventuais simpatias partidárias como também as dos cônjuges e, sabe-se lá as de que mais parentes, amigos e vizinhos?
Pretende V.Ex.a que, a partir de agora, nenhum juíz possa julgar pessoas de partido de que seja simpatizante?
Poderá esse mesmo juíz julgar casos em que são parte pessoas de partidos com que, de todo em todo, não simpatiza?
Mero exemplo: Diga-me Sr. Director (diga aos seus leitores) que casos poderá julgar o Sr. Desembargador Adelino Salvado (que não sendo, eventualmente, simpatizante do CDS-PP é, ao menos a acreditar em notícias do PÚBLICO, simpático ao CDS-PP)?
PS: Tem razão. Eu sou militante do PS. Tem, também, razão. Eu não lhe escrevi quando um juiz foi impedido de intervir num caso porque o seu pai era assessor de um dos implicados.
Mas eu sou parcial e gosto de ser parcial. O PÚBLICO e o seu director é que se dizem independentes (são mesmo ou querem dizer-nos (só como chave de leitura) das suas simpatias político-partidárias?
Por outro lado;
Será que, como hoje sugere JPP no "ABRUPTO", o "PÚBLICO" foi (esquecendo-se de citar a fonte) copiar a notícia ao "DO PORTUGAL PROFUNDO"?
E, a propósito de dependências, independências, simpatias e ligações partidárias:
Será que o "PÚBLICO" conhece (e esconde) as dependências, independências, simpatias ou ligações partidárias do ilustre alcobacense Dr. António Balbino Caldeira?