2004-01-23

TSF

Não. Não estou em greve. Não estou em greve. Porque não quis estar e ninguém tem nada com isso.
Nem a Sra. Ministra tem, por isso, o direito de pensar que estou de acordo com ela. Não estou, de todo. Como lhe demonstrarei, se não antes, no dia das eleições.
Mas estar um homem a trabalhar, por opção consciente e deparar com uma notícia da TSF titulada “Função Pública, Um terço de 2003 foi passado em greve”, dá volta às tripas.
Notícia cobarde. Falsa. Manipuladora. Nojenta.
Será que a TSF se não vai retractar?
Será que o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalista vai ficar parado?
Será que ninguém vai apresentar queixa crime por divulgação de notícia falsa causadora de alarme social?
Até quando vão estes “jornalistas” de meia tijela, continuar a armar-se em virgens inocentes?
Liberdade de imprensa?
Sim. Já a defendia quando metade destes pseudo-jornalistas ainda não tinha nascido ou andava de fraldas e, por isso, não fazem idéia nenhuma do que não ter liberdade de imprensa.
Liberdade de mentir?
Não!

2004-01-16

Tiranetes

Os tiranos marcam o seu tempo e condicionam o futuro.
Os tiranetes limitam-se a tentar desgraçar a vida aos seus contemporãneos.

2004-01-15

Náusea

Os funcionários que, em 2002, ganhavam mais de € 1.000,00 por mês não tiveram aumento em 2003 e, quer o Governo e ou muito me engano ou assim será, não o terão em 2004.
Porque é que o Governo insulta os funcionários?
Pela mesmissíma simples razão que os cães lambem os órgãos genitais.
Porque pode!

2004-01-12

Viva la Féria

Na passada sexta-feira, quando regressei a casa depois de ter assitido ao My Fair Lady no Politeama, estava a dar na televisão o resumo do jogo entre o Sporting e o Guimarães.
De um lado um agradável espectáculo do qual o mínimo que se pode dizer é que é digno e profissional.
Do outro, pelo menos 5 (cinco!) cartões mostrados em situações alheias ao jogo: 1 por simulação de penalty, 2 por palavras ao árbitro, 1 por retirada da bola do local de marcação de falta, 1 por agressão sem bola.
Viva La Féria!

2004-01-07

Futebóis

Os portugueses gostam de futebol que lhes dá alegrias e gostam do Estado que esperam lhes dê tudo.
Como não há futebol sem árbitro, nem Estado sem funcionários, os portugueses inventaram esse desporto nacional que é o de assacar todas as desgraças do futebol aos árbitros e todas as desgraças do Estado aos funcionários.

Reformas

Temos, portanto, promulgada a lei que fixa a idade normal de aposentação dos funcionários públicos nos 60 anos.
O que sobre isto aconteceu nos últimos 13 meses devia envergonhar todos os portugueses.
De um lado uma solução de ilusionista tirada do chapéu do Governo. Do outro uma total ausência de idéias, um acrítico fincar de pés em supostos direitos adquiridos.
A solução do governo não tem em consideração nem as pessoas afectadas nem as necessidades do serviço público. Trata-se, tão só, de mais uma medida para equilibrar os indicadores macroeconómicos.
O finca pé dos funcionários não tem em atenção quaisquer necessidades colectivas. Trata-se, tão só, de tentar manter vantagens.
Equilíbrio dos indicadores macroeconómicos! Eis um problema cujo resolução os economicistas não esperam que afecte significativamente a seu standard de vida.
Direitos adquiridos! Eis um conceito que faz muito jeito a funcionários e a construtores civis.
E, no entanto, deveria ter havido um amplo debate sobre a questão porque, obviamente, se trata de uma questão importante.
Quatro achegas para esse debate por fazer:
a) os empregados que descontam para a Segurança Social reformam-se com quarenta anos de serviço. O que é que justifica que os portugueses não sejam, também nesta matéria, todos iguais?
b) os empregados que descontam para a Segurança Social reformam-se com 80% do vencimento. O que é que justifica que os portugueses não sejam, também nesta matéria, todos iguais?
c) a administração pública pode modernizar-se mantendo ao seu serviço os milhares de pessoas que, normalmente, se aposentariam nos próximos 4, 5 anos?
d) a sociedade pode suportar o desemprego dos milhares de jovens que, normalmente, ingressariam na função pública em substituição dos (não) aposentados?

2004-01-06

George?

A Geórgia é uma República, algures no sul da antiga URSS de que os portugueses em geral e eu em particular pouco sabem e, pelos vistos, pouco lhes interessa (ao menos a atentar que a notícia sobre os resultados das eleições presidenciais mereceu um único comentário no Sapo).
A notícia, no entanto é perturbante e devia perturbar-nos a todos.
Mikhail Saakachilli acaba de ser eleito presidente com um resultado ainda não totalmente apurado mas que cresce à medida que se avança na contagem dos votos. Já vai, ao que parece, nos 97,5%.
É certo que ainda não li nem ouvi nada que possa levar-me a pensar que as eleições não foram absolutamente livres. Mas 97,5%?
O Sr. Bush (que algumas más línguas teimam que só lá chegou através de uma chapelada eleitoral) devia estar atento e lançar, de imediato uma guerra preventiva. O homem até pode não ser, nem nunca chegar a ser, um ditador. Mas desta vez o Bush pode, sem falsificações, apoiar-se na História: No passado nunca houve nenhuma eleição livre que alguém ganhasse por tal margem. Só ditadores ( Salazar incluído – não se esqueçam) almejaram tais scores.
É claro que, mesmo que Mikhail Saakachilli venha a ser um ditador, há diferenças importantes que não podemos esquecer: Por um lado o homem é amigo dos americanos. Por outro, indo ainda mais longe que o Paulinho das feiras que também é amigo dos americanos e dos desprotegidos em geral, prometeu aos georgianos um aumento das reformas de 5 para 10 euros mensais.
Quem é o eleitor que pode resistir a tamanho amor pelo próximo?