2008-05-04

Route 66 - Notas de Viagem XVII

22-6-2007 - Los Angeles
Hoje fomos ver onde moram os ricos. O contraste é quase brutal. Wollyhood é razoavelmente feio e desinteressante, agora que já lá não funcionam os estúdios e as estrelas só lá aparecem para a cerimónia dos óscars e pouco mais, daí o choque: chega-se ao cruzamento, somos recebidos por uma placa que nos dá as boas vindas a Beverly Hills e tudo muda. A esquadra é quase um monumento (já a conhecía-mos do filme do Eddy Murphy). Os jardins e os relvados brilham de aparados e há arvores centenárias na alameda.
Até os carros são diferentes, mais luxuosos e os Mercedes são quase tantos como na Serra de Tomar, antes da crise da construção civil.
Percebi mais tarde que nos quiosques se vendiam mapas das casas das estrelas de cinema. Mas a nossa curiosidade não era tanta. Limitamo-nos a circular um pouco e a registar que também as casas dos ricos são feitas de madeira .Se alguma das casas que vimos era de gente famosa? Não sabemos. Mas também não estamos preocupados com isso.
O Wilshire Hotel também já o vimos no Pretty Woman. Perto há uma loja fabulosa de cozinha e mesa, a Williams-Sonoma, capaz de deixar extasiados todos os amantes de cozinha. Vimos aí um dos poucos casos de produtos portugueses à venda: Umas louças típicas a imitar folhas de couve que se fazem nas Caldas da Raínha desde o tempo do Rafael Bordalo Pinheiro.
Numa rua paralela, a Rodeo Drive, está todo o luxo do mundo da moda, todas as lojas de roupa e adereços de todas as marcas que nunca compramos por serem demasiado caras.
Horas de almoço e, pelo seguro, optamos pelo Cheesekake Factory. Não engana. Já em Chicago tinha sido bom. Um dos empregados era brasileiro. Ouviu-nos falar e veio meter conversa.
O Getty Center está situado numa pequena colina, à qual se acede, após ter deixado o carro no parque de estacionamento do complexo, por um funicular.
Gostei do edifício (Richard Meyer) e comprei um livro a propósito para o Pedro. Azar! o Meyer é um dos seus ódios de estimação. Independentemente dos gostos arquitectónicos o museu é muito bom. Vimos a parte onde se expõe pintura europeia dos Séc. XVIII e XIX, onde sobressai uma bela colecção de impressionistas franceses.
A vista é extraordinária, desde Santa Mónica até às montanhas e melhor seria se não fora o permanente smog provocado pelos milhões de automóveis que circulam em Los Angeles.
Os auto-estradas já vão em 5x5 faixas e continuam engarrafados.
Ao jantar podemos falar português de novo, no rodízio brasileiro (pessoal de Minas, claro! todos os brasileiros que encontro fora do Brasil são de Minas) do Farmer’s Market de Wollyhood, um sítio bonito, com mercado, restaurantes, lojas, cinemas e animação de rua.Regressamos ao motel e pelo caminho voltamos a encontrar os sem-abrigo que são muitos, por todo o lado e mais ainda em Sunset Blvd e em Wollyhood Blvd, transportando os seus haveres em carrinhos de supermercado que, por vezes, prendem aos sinais de trânsito com correntes e cadeados.
Agora há que preparar as malas que amanhã é dia de voar para San Francisco.

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