2008-03-09

Route 66 - Notas de viagem VIII


14-6-2007 - 3.º dia na estrada

Ontem andamos às voltas em Oklahoma City e anteontem andámos de carro uns míseros 185 km. São, pois, dias de que não se pode dizer que tenham sido na estrada. Hoje sim. Mais de 600 (que acabam por ser quase setecentos) quilómetros haviam de levar-nos até Tucumcari, já no Novo México, com breve atravessamento do Texas.
As paragens planeadas incluiam Clinton e Elk City, ainda no Oklahoma e McLean e Amarillo no Texas.
Em Clinton, cidadezinha com menos de 10 mil habitantes (menos de 30.000 no County) que, pomposamente, se intitula Hub City of Western Oklahoma, há coisas que são vulgares na América mas a que não estamos habituados: Há uma Câmara de Comércio que suporta o site a partir do qual se pode aceder a quase tudo o que interessa na cidade. Pode-se requerer na internet uma licença de construção. Há mais de vinte igrejas pertencentes a mais de uma dúzia de confissões diferentes, incluindo a católica e há o Oklahoma Route 66 Museum. Este era o objectivo da paragem e a expectativa não foi defraudada. Carros e bombas de gasolina antigas, objectos diversos, muitas fotografias, mapas gráficos e textos explicativos e um video no pequeno auditório, informam-nos sobre a história da epopeia que foi a construção da rua principal da América.
Elk City e McLean não deixaram recordações que aqui possa registar, ía eu a escrever. Nestas alturas o melhor – que a memória não chega para tudo -, é rever os apontamentos e as fotos. E lá estão:
Em Elk City, num complexo impecavelmente tratado, todos os edifícios que recordam os primórdios do território do Oklahoma. Um museu ao ar livre. Uma cidade de cowboys como as conhecemos do cinema, não fora agora estar tudo arrumado, limpo, relvado.
McLean tem, além do museu do arame farpado que não vimos e da primeira bomba de gasolina construída no Texas pela Phillips 66, o Red River Steak House, onde almoçamos bem num lugar preservado acompanhados de um grupo de motards. Ainda antes, mal acabados de entrar no Texas, paramos em mais um Tourist Information Center que deveria fazer corar os que em Portugal tratam de turismo: espaçoso, acolhedor, toneladas de informação gratuita à disposição dos viajantes. Pela informação recolhida e porque uma pequena volta por Amarillo não os nos convenceu a ficar mais tempo e porque no Texas o relógio atrasou uma hora, decidimos que tínhamos tempo de sobra e resolvemos descer cerca de 30 quilómetros para um auto-tour pelo Palo Duro Canyon (Texas State Park). Saímos de lá já ao anoitecer, mas valeu bem a pena e deu para ver que também na gestão de parques naturais temos ainda muito para aprender. E para participar. Uma boa parte do trabalho é, ali, feito por voluntários.
Regressámos a Amarillo e retomamos a I40 para mais cerca de 200 km.
Da estrada vislubramos o Cadillac Ranch, ícone da pop art mas a paragem foi em Adrian, The Midpoint of Route 66. A acreditar no cartaz, 1139 milhas separavam-nos de Chicago e outras tantas de Los Angeles. O café estava fechado com o aviso de que abria e fechava quando dava na telha ao proprietário.
Na fronteira do Novo México fizémos uma breve saída da estrada para circular pela pequena e agora cidade fantasma de Glenrio, onde o único sinal de vida era uma estação de serviço constuída 100 metros ao lado de uma outra abandonada.
Chegámos a Tucumcari noite escura onde, após um jantar de que já falei a propósito de mosquitos, nos esperavam (por 22 dólares a cada um) camas confortáveis das quais, no dia seguinte pelas 7H00, teríamos de saltar para mais uma jornada comprida.


1 comentário:

kikas disse...

Ola somos um grupo e pretendemos efectuar a viagem a route 66 m 2010 /Julho, preciso de dicas, para roteiro pontos de interesse e alojamentos