2006-11-14

Greves e Verdades

Nos últimos episódios (até à data), de um ping-pong que começou na manhã do dia da greve, o Diário de Notícias publicou ontem uma notícia segundo a qual, muitos trabalhadores optaram por meter baixa no dia de greve, facto que justificará, em parte as divergências entre Governo e Sindicatos na contagem dos grevistas.
A CGTP reagiu com acusações ao Governo de manipulação da informação.
Ora, esta questão de saber qual a efectiva adesão a uma greve é matéria que não pode deixar de interessar a todos. Ao Governo, porque lhe convém ter um indicador fiável do descontentamento. Aos sindicatos porque, igualmente, lhes convém possuir um indicador fiável da adequação das suas políticas aos interesses dos seus associados.
Estou a ser ingénuo? Parece que sim, uma vez que todos, Sindicatos e Governo, parecem, antes, apostados em esconder a realidade.
Mas, ainda que assim seja e, sobretudo, se assim for, eu, cidadão, tenho o direito de conhecer a verdade.
E, quando os números do Estado se ficam por pouco mais de 10% e os dos Sindicatos apontam para os 80% de adesão, então alguém está a mentir (ou ambos) e, eu, cidadão, tenho o direito de que não me mintam.
Acabem, por isso, com estas picardias.
A greve é um direito e tem uma consequência: o não pagamento do vencimento correspondente.
Nada mais simples, portanto: veja-se, no fim do mês, quantos funcionários sofreram desconto de vencimento no dia da greve. Esse é o número máximo, possível de aderentes à greve.
Deixem-se de picardias e falem-nos verdade.

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